“Cristo, conceda-nos conseguir comunicar Seu amor e anunciar Sua divindade pelo exemplo de nossa vida e de nossas obras.”
(Santo Padre Pio de Pietrelcina)
(Santo Padre Pio de Pietrelcina)
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Eu não o conhecia ... (Jo 1,29-34)
Também o Batista
não sabia que o obscuro filho do carpinteiro era o Desejado de Israel. Mas
agora o sabe! Depois de ver o Espírito descendo na forma de uma pomba sobre o
penitente do Jordão, e sobre ele repousando, João identifica o Cordeiro de
Deus. Sabia antecipadamente que seu batismo na água serviria para reconhecer
aquele que batiza no Espírito e no fogo.
E sabia também que sua missão pessoal era preparar o caminho daquele que “existia antes de mim”. (Jo 1,30)
E sabia também que sua missão pessoal era preparar o caminho daquele que “existia antes de mim”. (Jo 1,30)
Avaliado
pela Igreja como o “precursor” – aquele que corre na frente – do Messias, João
faz o papel do atleta que chega velozmente às portas da cidade para anunciar
que o Rei está a caminho. Mas não faz o anúncio de um potentado desconhecido,
pois sabe que se trata daquele que vem do alto, vem de Deus, para “tirar o
pecado do mundo”. Este é o núcleo de seu testemunho e a razão última de sua
missão.
Na
encíclica sobre a validade permanente do mandato missionário, a “Redemptoris
Missio” [1990], João Paulo II afirmava que os homens de hoje dão menos
importância às palavras que ao testemunho, acreditando mais nas testemunhas que
nos mestres (RM, 42). João Batista pode ser nosso modelo de vida cristã em sua
disposição de diminuir a si mesmo para que Cristo cresça (cf. Jo 3,30). Mas ele
jamais teria testemunhado Jesus – ao preço de sua própria vida - antes de
conhecê-lo.
Dizem que
faltam testemunhas em nosso tempo. E que certo marasmo eclesial assim se
explica. Seria esta a razão de tal ausência? Como testemunhar alguém que não
conhecemos? Como conhecer alguém que não procuramos? Como apresentar ao mundo o
Mestre cuja Palavra não queremos acolher?
Hoje, todos
nós sabemos sobre Jesus muito mais do que João Batista chegou a saber em seu
tempo, pois correram vinte séculos de vida eclesial, dois mil anos de martírios
e de evangelização. Enquanto impérios e tiranos se reduziram a pó, o vulto de
Cristo, Senhor e Salvador, permanece vivo em meio ao turbilhão de tribos e
sociedades que passaram pelo palco da História.
E mais:
quando todas as utopias se fazem em ruínas – desde o paraíso comunista até o
shopping capitalista -, Jesus Cristo permanece como a última esperança de
encontrar sentido para nossa existência. É para eles que se voltarão todos os
olhares quando ele vier na nuvem prometida.
E você, que
ainda não o conhece... Não seria a hora de se dar esta oportunidade? Por que
adiar o encontro iluminador? Por que não entrar no Jordão para obter a visão do
Espírito que desce sobre o Filho do Homem?
Orai sem cessar: “Se conhecesses o dom de Deus...” (Jo 4,10)
Texto de Antônio Carlos Santini, da Comunidade Católica Nova
Aliança
Por que perdas acontecem?
"Há perdas que são
ganhos ou é possível ganhar e não vir a perder? Questões assim muitos já se
fizeram em momentos especiais de sua vida. Quanto às respostas... ah, as
respostas! Quem dera poder tê-las, senão sempre, ao menos algumas vezes?"
Aos que defendem a vida, em qualquer lugar onde a vida
ou um projeto correrem riscos, dedico, pois, este escrito.(Airton Freire)
QUANDO perdas acontecem, é preciso tomar uma decisão. Todo aquele que decide faz uma cisão. Tomar uma decisão implica em permanecer da forma anteriormente vivida, num programa anteriormente articulado ou em decidir-se por uma nova modalidade de ser a partir do ponto em que formos interpelados. A vida nos interpela e, diante dela, cabe uma decisão. Repito: todo aquele que decide, cinde, faz uma cisão.
Todo aquele que se coloca diante da vida, no desejo mais genuinamente verdadeiro de conhecer e fazer-se conhecido, precisa estar preparado para, a partir dela, fazer uma opção. Para os que crêem, a Palavra será o referencial estável que balizará e confirmará ou não aquela decisão. Ninguém fica alheio diante da Palavra, sobretudo para os que a buscam de coração sincero, para os que não se negam por ela ser interpelados.
Quando se tem que decidir, faz-se, por vezes, a experiência de morrer para que certas coisas, afim de que outras possam existir. Preciso é lembrar-se que, “se o grão de trigo lançado à terra não morrer ficará só; mas, se morrer, produzirá muitos frutos”( Jo 12,24 ) Por isso, os que não se lançam, confiantemente, por temor de perdas, começam a perder. Perdem, sobretudo, ocasiões de ganhar.
QUANDO perdas acontecem, é preciso tomar uma decisão. Todo aquele que decide faz uma cisão. Tomar uma decisão implica em permanecer da forma anteriormente vivida, num programa anteriormente articulado ou em decidir-se por uma nova modalidade de ser a partir do ponto em que formos interpelados. A vida nos interpela e, diante dela, cabe uma decisão. Repito: todo aquele que decide, cinde, faz uma cisão.
Todo aquele que se coloca diante da vida, no desejo mais genuinamente verdadeiro de conhecer e fazer-se conhecido, precisa estar preparado para, a partir dela, fazer uma opção. Para os que crêem, a Palavra será o referencial estável que balizará e confirmará ou não aquela decisão. Ninguém fica alheio diante da Palavra, sobretudo para os que a buscam de coração sincero, para os que não se negam por ela ser interpelados.
Quando se tem que decidir, faz-se, por vezes, a experiência de morrer para que certas coisas, afim de que outras possam existir. Preciso é lembrar-se que, “se o grão de trigo lançado à terra não morrer ficará só; mas, se morrer, produzirá muitos frutos”( Jo 12,24 ) Por isso, os que não se lançam, confiantemente, por temor de perdas, começam a perder. Perdem, sobretudo, ocasiões de ganhar.
Quer acompanhar os pensamentos de Pe. Airton, acesse o link: http://www.fundacaoterra.org.br/peairton.php
Olá Amados, você poderá acompanhar uma sequência de reflexões sobre a Oração. Esperamos que gostem e possam partilhar com outras pessoas também.
Confira agora a última parte da nossa reflexão sobre a importância da Oração em nossa vida.
O Combate da Oração - última parte
V. A oração da Hora de Jesus
Quando chega sua Hora, Jesus ora ao Pai. Sua oração, a mais
longa transmitida pelo Evangelho, abarca toda a economia da criação e da
salvação, como sua Morte e Ressurreição. A oração da Hora de Jesus é sempre a
sua, assim como sua Páscoa, acontecia “uma vez por todas”, estará sempre
presente na Liturgia de sua Igreja.
A tradição cristã a chama com toda propriedade a oração
“sacerdotal” de Jesus. É a oração de nosso Sumo Sacerdote, inseparável de seu
Sacrifício, de sua “passagem” para o Pai, onde Ele é “consagrado” inteiramente
ao Pai. Nessa oração pascal, sacrificial, tudo é “recapitulado” nele. Deus e o
mundo, o Verbo e a carne, a vida eterna e o tempo, o amor que se entrega e o
pecado que o trai, os discípulos presentes e aqueles que crerão nele por meio
da palavra neles, a humilhação e a glória. É a oração da Unidade.
Jesus realizou toda a obra do pai, e sua oração, como seu
Sacrifício, se estende até a consumação dos tempos. A oração da Hora enche os
últimos tempos e os leva até sua consumação ao Pai e, ao mesmo tempo, se
exprime com uma liberdade soberana, em virtude do poder que o Pai lhe deu sobre
toda carne. O Filho, que se tornou Servo, é
o Senhor, o Pantocrátor (o Todo-Poderoso). Nosso Sumo Sacerdote, que por
nós reza, é também aquele que ora em nós e o Deus que nos ouve.
É entrando no santo nome do Senhor Jesus que podemos
acolher, interiormente, a oração que Ele nos ensina. “Pai nosso!” Sua oração
sacerdotal inspira os grandes pedidos do Pai-Nosso: a solicitude pelo nome do
Pai, a paixão por seu Reino (a Glória), o cumprimento da vontade do Pai, de seu
plano de salvação, e a libertação do mal.
Por fim, é nesta oração que Jesus nos revela e nos dá o
“conhecimento” indissociável do Pai e do Filho, que é o próprio mistério da
Vida de oração.
Fonte: Catecismo da Igreja Católica
§§
2746 - 2751
O Combate da Oração - parte IV
IV. Perseverar no amor
IV. Perseverar no amor
“Orai sem cessar” (1Ts 5,17), “sempre e por tudo dando graças a Deus Pai, em nome de nosso Senhor, Jesus Cristo” (Ef 5,20), “com orações e súplicas de toda sorte, orai em todo tempo, no Espírito e, para isso, vigiai com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6,18). “Não nos foi prescrito que trabalhemos, vigiemos e jejuemos constantemente, enquanto, para nós, é lei rezar sem cessar.” Esse ardor incansável só pode provir do amor. Contra nossa pesada lentidão e preguiça, o combate da oração é o do amor humilde, confiante e perseverante. Esse amor abre nossos corações para três evidências de fé, luminosas e vivificantes:
Orar é sempre possível: o tempo do cristão é o tempo de Cristo ressuscitado que “está conosco todos os dias” (Mt 28,20), apesar de todas as tempestades. Nosso tempo está nas mãos de Deus: É possível até no mercado ou num passeio solitário fazer uma oração frequente e fervorosa. Sentados em vossa loja, comprando ou vendendo, ou mesmo cozinhando. (São João Crisóstomo)
Orar é uma necessidade vital. A prova contrária não é menos convincente: se não nos deixarmos levar pelo Espírito, cairemos de novo na escravidão do pecado. Como o Espírito Santo pode ser “nossa Vida”, se nosso coração está longe dele? Nada se compara em valor à oração; ela torna possível o que é impossível, fácil o que é difícil. É impossível que caia em pecado o homem que reza. (São Joao Crisóstomo,Anna)
Quem reza certamente se salva; quem não reza certamente se condena. (Santo Afonso de Ligório)
Oração e vida cristãs são inseparáveis, pois se trata do mesmo amor e da mesma renúncia que procede do amor. Trata-se da mesma conformidade filial e amorosa ao plano de amor o Pai; da mesma união transformadora do Espírito Santo, a qual nos conforma sempre mais a Cristo Jesus; trata-se do mesmo amor por todos os homens, aquele amor com que Jesus nos amou. “Tudo o que pedirdes a meu Pai em meu nome Ele vos dará. Isto vos mando: amai-vos uns aos outros” (Jo 15,16-17).
Ora sem cessar aquele que une a oração às obras e as obras à oração. Somente dessa forma podemos considerar como realizável o princípio de orar sem cessar. (Orígenes)
Fonte: Catecismo da Igreja Católica
§§ 2742 - 2745
Fonte: Catecismo da Igreja Católica
§§ 2742 - 2745
III. A confiança filial
A confiança filial é experimentada – e se prova – na tribulação. A dificuldade principal se refere à oração de súplica por si ou pelos outros, na intercessão. Alguns deixam até de orar porque, pensam eles, seu pedido não é ouvido. Aqui surgem duas questões> por que pensamos que nosso pedido não foi ouvido? De que maneira é atendida, ou é “eficaz”, nossa oração?
Por que nos lamentar por não sermos atendidos?
Um fato deveria provocar admiração em nós. Quando louvamos a Deus ou lhe damos graças pelos benefícios em geral, poucos nos preocupamos em saber se nossa oração lhe é agradável. Em compensação, temos a pretensão de ver o resultado de nosso pedido. Qual é, pois, a imagem de Deus que nos motiva à oração? Um meio a utilizar ou o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo?
Estamos acaso convencidos de que “nem sabemos o que convém pedir” (Rm 8,26)? Pedimos a Deus “os bens convenientes”? Nosso Pai sabe do que precisamos, antes de lho pedirmos, mas espera nosso pedido porque a dignidade de seus filhos está precisamente em sua liberdade. Mas é preciso rezar com seu Espírito de liberdade para poder conhecer na verdade o seu desejo.
“Não possuís porque não pedis. Pedis, mãos não recebeis, porque pedis mal, com o fim de gastardes nos vossos prazeres” (tg 4,2-3). Se pedimos com um coração dividido, “adúltero”, Deus não nos pode ouvir, porque deseja nosso bem, nossa vida. “Ou julgais que é em vão que a Escritura diz: Ele reclama com ciúme o espírito que pôs dentro de nós (Tg 4,5)?” Nosso Deus é “ciumento” de nós, o que é o sinal da verdade e de seu amor. Entremos no desejo de seu Espírito e seremos ouvidos: Não te aflijas se não recebes imediatamente de Deus o que lhe pedes: pois Ele quer fazer-te um bem ainda maior por tua perseverança em permanecer com Ele na oração. Ele quer que nosso desejo seja provado na oração. Assim Ele nos prepara para receber aquilo que Ele está pronto a nos dar. (Sto. Agostinho)
De que maneira é eficaz nossa oração?
A revelação da oração na economia da salvação nos ensina que a fé se apoia na ação de Deus na história. A confiança filial é suscitada por sua ação por excelência: a Paixão e a Ressurreição de seu Filho. A oração é cooperação com sua Providência, com seu plano de amor para os homens.
Em S. Paulo, esta confiança é audaciosa, fundada na oração do Espírito em nós e no amor fiel do Pai, que nos deu seu Filho único. A transformação do coração que reza é a primeira resposta a nosso pedido. A oração de Jesus faz da oração cristã uma súplica eficaz. É Ele o seu modelo. Jesus reza em nós e conosco. Já que o coração do Filho não busca senão o que agrada ao Pai, como haveria (o coração dos filhos adotivos) de apegar-se mais aos dons do que ao Doador?
Jesus também reza por nós, em nosso lugar e em nosso favor. Todos os nosso pedidos foram recolhidos uma vez por todas em seu Grito na Cruz e ouvidos pelo Pai em sua Ressurreição, e por isso Ele não deixa de interceder por nós junto do Pai. Se nossa oração está resolutamente unida à de Jesus, na confiança e na audácia filial, obteremos tudo o que pedimos em seu nome; bem mais do que pequenos favores, receberemos o próprio Espírito Santo, que possui todos os dons.Fonte: Catecismo da Igreja Católica
§§ 2734 - 2741
O Combate da Oração - parte II
II. A humilde vigilância do coração
Diante das dificuldades da oração
A dificuldade comum de nossa oração é a distração. Esta pode referir-se às palavras e ao seu sentido, na oração vocal. Pode, porém, referir-se mais profundamente àquele a quem oramos, na oração vocal (litúrgica – em comunidade ou pessoal), na meditação e na oração mental. Perseguir obsessivamente as distrações seria cair em suas armadilhas, já que é suficiente o voltar o nosso coração: uma distração nos revela aquilo a que estamos amarrados, e essa tomada de consciência humilde diante do Senhor deve despertar nosso amor preferencial por Ele, oferecendo-lhe resolutamente nosso coração, para que Ele o purifique. Aí se situa o combate: a escolha do Senhor a quem servir.
Positivamente, o combate contra nosso “eu” possessivo e dominador é a vigilância, a sobriedade do coração. Quando Jesus insiste na vigilância, ela está sempre relacionada com Ele, com sua vinda, com o último dia e com cada dia: “hoje”. O Esposo vem no meio da noite; a luz que não deve ser extinta é a da fé: “Meu coração diz a teu respeito: `Procurai a sua face´” (Sl 27,8).
Outra dificuldade, especialmente para aqueles que querem sinceramente orar, é a aridez. Esta acontece na oração, quando o coração está desanimado, sem gosto com relação aos pensamentos, às lembranças e aos sentimentos, mesmo espirituais. É o momento da fé pura que se mantém fielmente com Jesus na agonia e no túmulo. “Se o grão de trigo que cai na terra morrer, produzirá muito fruto” (Jo 12,24). Se a aridez é causada pela falta de raiz, porque a Palavra caiu sobre as pedras, o combate deve ir na linha da conversão.
Diante das tentações na oração
A tentação mais comum, mais oculta, é nossa falta de fé, que se exprime não tanto por uma incredulidade declarada quanto por uma opção de fato. Quando começamos a orar, mil trabalhos ou cuidados, julgados urgentes, apresentam-se como prioritários; de novo, é o momento da verdade do coração e de seu amor preferencial. Com efeito, voltamo-nos para o Senhor como o último recurso: mas de fato acreditamos nisso? Às vezes tomamos o Senhor como aliado, mas o coração ainda está na presunção. Em todos os casos, nossa falta de fé revela que não estamos ainda na disposição do coração humilde: “Sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5).
Outra tentação, cuja porta é aberta pela presunção, é a acídia (chamada também “preguiça”). Os padres espirituais entendem esta palavra como uma forma de depressão devida ao relaxamento da ascese, à diminuição da vigilância, à negligencia do coração. “O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26,41). Quanto mais alto se sobe, tanto maior a queda. O desânimo doloroso é o inverso da presunção. Quem é humilde não se surpreende com sua miséria. Passa então a ter mais confiança, a perseverar na constância.
Fonte: Catecismo da Igreja Católica
§§ 2729 -2733
§§ 2729 -2733
O Combate da Oração
O “combate espiritual” da vida nova do cristão é inseparável do combate da oração.
I. As objeções à oração
No combate da oração, devemos enfrentar, em nós mesmos e à nossa volta, concepções errôneas da oração. Algumas vêem nela simples operação psicológica; outras, um esforço de concentração para se chegar ao vazio mental. Algumas a codificam em atitudes e palavras rituais. No inconsciente de muitos cristãos, rezar é uma ocupação incompatível com tudo o que eles devem fazer: não tem tempo. Os que procuram a Deus pela oração desanimam depressa, porque ignoram que a oração também procedo do Espírito Santo e não apenas deles.
Devemos também enfrentar mentalidades “deste mundo” que nos contaminam se não formos vigilantes, por exemplo: a afirmação de que o verdadeiro seria apenas o que é verificado pela razão e pela ciência (rezar, pelo contrario, é um mistério que ultrapassa nossa consciência e nosso inconsciente); os valores de produção e rendimento (a oração, sendo improdutiva, é inútil); o sensualismo e o bem-estar material, considerados como critérios da verdade, do bem e da beleza (a oração, porém, “amor da Beleza”, é enamorada da glória de Deus vivo e verdadeiro); em reação contra o ativismo, a oração é apresentada como fuga do mundo (a oração cristã, no entanto, não é um sair da história nem está divorciada da vida).
Enfim, nosso combate deve enfrentar aquilo que sentimos como nossos fracassos na oração: desânimo diante de nossa aridez, tristeza por não ter dado tudo ao Senhor, por ter “muitos bens”, decepção por não ser atendidos segundo nossa própria vontade, insulto ao nosso orgulho (o qual não aceita nossa indignidade de pecadores), alergia à gratuidade da oração etc. A conclusão é sempre a mesma: pra que rezar? Para superar esses obstáculos é preciso lutar para ter a humildade, a confiança, a perseverança.
Na próxima semana daremos sequência...
Fonte: Catecismo da Igreja Católica
§§ 2725- 2728
§§ 2725- 2728
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O DOM DA SABEDORIA
Por Francisco Fernández-Carvajal, sacerdote
– Este dom confere-nos um conhecimento amoroso de Deus, bem como das pessoas e das coisas criadas na medida em que se referem a Ele. Está intimamente unido à virtude da caridade.– Mediante este dom, participamos dos mesmos sentimentos de Jesus Cristo em relação aos que nos rodeiam. Ensina-nos a ver os acontecimentos dentro do plano providencial de Deus, que sempre se manifesta como nosso Pai.
– O dom da sabedoria e a vida contemplativa na nossa vida corrente.
– O dom da sabedoria e a vida contemplativa na nossa vida corrente.
I. EXISTE UM CONHECIMENTO de Deus e do que se refere a Ele a que só se chega pela santidade. O Espírito Santo, mediante o dom da sabedoria, coloca-o ao alcance das almas simples que amam o Senhor: Eu te glorifico, Pai, Senhor do céu e da terra – exclamou Jesus diante de umas crianças –, porque escondeste estas coisas aos sábios e prudentes e as revelaste aos pequeninos1.É uma sabedoria que não se aprende nos livros, mas que é comunicada à alma pelo próprio Deus, que ilumina e ao mesmo tempo cumula de amor a mente e o coração, a inteligência e a vontade; é um conhecimento mais íntimo e saboroso de Deus e dos seus mistérios. “Quando temos na boca uma fruta, apreciamos o seu sabor muito melhor do que se lêssemos as descrições que dela fazem todos os livros de Botânica. Que descrição se pode comparar ao sabor que experimentamos quando provamos uma fruta? Do mesmo modo, quando estamos unidos a Deus e o saboreamos por íntima experiência, isso nos faz conhecer muito melhor as coisas divinas do que todas as descrições que os eruditos e os livros dos homens mais sábios possam fazer”2. Este é o conhecimento que se experimenta de modo particular pelo dom da sabedoria.
De uma maneira semelhante à de uma mãe que conhece o seu filho pelo amor que lhe tem, assim a alma, mediante a caridade, chega a um conhecimento profundo de Deus que obtém do amor a sua luz e o seu poder de penetração nos mistérios. É um dom do Espírito Santo porque é fruto da caridade infundida por Ele na alma e nasce de uma participação na sua sabedoria infinita. São Paulo orava pelos primeiros cristãos, para que, poderosamente robustecidos pelo seu Espírito [...], arraigados e alicerçados na caridade, possais compreender qual a largura e o comprimento, a altura e a profundidade, e conhecer enfim a caridade de Cristo, que desafia todo o conhecimento3. É um compreender alicerçados na caridade; é um conhecimento profundo e amoroso.
Não podemos aspirar a nenhum conhecimento mais alto de Deus do que este conhecimento saboroso, que enriquece e facilita a nossa oração e toda a nossa vida de serviço a Deus e aos homens por Deus: A sabedoria – diz a Sagrada Escritura – vale mais do que as pérolas, e jóia alguma a pode igualar4. Eu a preferi aos cetros e aos tronos, e considerei a riqueza como um nada em comparação com ela [...]. Todo o ouro ao seu lado é apenas um pouco de areia, e a prata diante dela é como lama [...]. Com ela vieram-me todos os bens [...] porque é a sabedoria que os traz [...]. Ela é para os homens um tesouro inesgotável; e os que a adquirem preparam-se para ser amigos de Deus5.
II. INTIMAMENTE UNIDO à virtude teologal da caridade, o dom da sabedoria confere à alma um conhecimento muito especial de Deus, que a leva a possuir “uma certa experiência da doçura de Deus”6, em si mesmo e nas coisas criadas, enquanto se relacionam com Ele. “Entre os dons do Espírito Santo, diria que há um de que todos nós, cristãos, necessitamos especialmente: o dom da sabedoria, que nos faz conhecer e saborear Deus, e nos coloca assim em condições de poder avaliar com verdade as situações e as coisas desta vida”7. Com a visão profunda que este dom confere à alma, o cristão que segue de perto o Senhor contempla toda a realidade com um olhar mais alto, pois participa de algum modo da visão que Deus tem de todas as coisas criadas. Julga tudo com a clareza deste dom.
Os demais homens são então para ele uma oportunidade contínua de praticar a misericórdia e de exercer um apostolado eficaz aproximando-os do Senhor. Compreende melhor a imensa necessidade que os seus parentes, colegas e amigos têm de ser ajudados a caminhar para Cristo. Vê-os como pessoas urgentemente necessitadas de Deus, como Cristo as via.
Iluminados por este dom, os santos entenderam no seu verdadeiro sentido os acontecimentos desta vida: tanto os que consideramos grandes e importantes como os aparentemente pequenos. Por isso, não chamaram desgraça à doença e às tribulações que tiveram que sofrer; compreenderam que Deus abençoa de muitas maneiras, e freqüentemente com a Cruz; sabiam que todas as coisas, mesmo aquelas que são humanamente inexplicáveis, cooperam para o bem dos que amam a Deus8. “As inspirações do Espírito Santo, que este dom faz acolher com docilidade, esclarecem-nos pouco a pouco sobre a ordem admirável do plano providencial, mesmo e precisamente naquelas coisas que antes nos deixavam desconcertados, nos casos dolorosos e imprevistos, permitidos por Deus em vista de um bem superior”9.Através do dom da sabedoria, as moções da graça trazem-nos uma grande paz, não somente para nós, mas também para o nosso próximo; ajudam-nos a semear alegria onde quer que estejamos e a encontrar a palavra oportuna que ajuda a reconciliarem-se os que estão desunidos. É por isso que este dom está em correspondência com a bem-aventurança dos pacíficos, daqueles que, tendo paz em si mesmos, podem comunicá-la aos outros. Esta paz, que o mundo não pode dar, é o resultado de se verem os acontecimentos dentro do plano providente de Deus, que em momento algum se esquece dos seus filhos.
Não podemos aspirar a nenhum conhecimento mais alto de Deus do que este conhecimento saboroso, que enriquece e facilita a nossa oração e toda a nossa vida de serviço a Deus e aos homens por Deus: A sabedoria – diz a Sagrada Escritura – vale mais do que as pérolas, e jóia alguma a pode igualar4. Eu a preferi aos cetros e aos tronos, e considerei a riqueza como um nada em comparação com ela [...]. Todo o ouro ao seu lado é apenas um pouco de areia, e a prata diante dela é como lama [...]. Com ela vieram-me todos os bens [...] porque é a sabedoria que os traz [...]. Ela é para os homens um tesouro inesgotável; e os que a adquirem preparam-se para ser amigos de Deus5.
II. INTIMAMENTE UNIDO à virtude teologal da caridade, o dom da sabedoria confere à alma um conhecimento muito especial de Deus, que a leva a possuir “uma certa experiência da doçura de Deus”6, em si mesmo e nas coisas criadas, enquanto se relacionam com Ele. “Entre os dons do Espírito Santo, diria que há um de que todos nós, cristãos, necessitamos especialmente: o dom da sabedoria, que nos faz conhecer e saborear Deus, e nos coloca assim em condições de poder avaliar com verdade as situações e as coisas desta vida”7. Com a visão profunda que este dom confere à alma, o cristão que segue de perto o Senhor contempla toda a realidade com um olhar mais alto, pois participa de algum modo da visão que Deus tem de todas as coisas criadas. Julga tudo com a clareza deste dom.
Os demais homens são então para ele uma oportunidade contínua de praticar a misericórdia e de exercer um apostolado eficaz aproximando-os do Senhor. Compreende melhor a imensa necessidade que os seus parentes, colegas e amigos têm de ser ajudados a caminhar para Cristo. Vê-os como pessoas urgentemente necessitadas de Deus, como Cristo as via.
Iluminados por este dom, os santos entenderam no seu verdadeiro sentido os acontecimentos desta vida: tanto os que consideramos grandes e importantes como os aparentemente pequenos. Por isso, não chamaram desgraça à doença e às tribulações que tiveram que sofrer; compreenderam que Deus abençoa de muitas maneiras, e freqüentemente com a Cruz; sabiam que todas as coisas, mesmo aquelas que são humanamente inexplicáveis, cooperam para o bem dos que amam a Deus8. “As inspirações do Espírito Santo, que este dom faz acolher com docilidade, esclarecem-nos pouco a pouco sobre a ordem admirável do plano providencial, mesmo e precisamente naquelas coisas que antes nos deixavam desconcertados, nos casos dolorosos e imprevistos, permitidos por Deus em vista de um bem superior”9.Através do dom da sabedoria, as moções da graça trazem-nos uma grande paz, não somente para nós, mas também para o nosso próximo; ajudam-nos a semear alegria onde quer que estejamos e a encontrar a palavra oportuna que ajuda a reconciliarem-se os que estão desunidos. É por isso que este dom está em correspondência com a bem-aventurança dos pacíficos, daqueles que, tendo paz em si mesmos, podem comunicá-la aos outros. Esta paz, que o mundo não pode dar, é o resultado de se verem os acontecimentos dentro do plano providente de Deus, que em momento algum se esquece dos seus filhos.
III. O DOM DA SABEDORIA concede-nos uma fé amorosa, penetrante, uma clareza e segurança absolutamente insuspeitadas na compreensão do mistério inabarcável de Deus. Assim, por exemplo, a presença real de Jesus Cristo no Sacrário produz em nós uma felicidade inexplicável por nos acharmos diante de Deus. A pessoa “permanece ali sem dizer nada ou simplesmente repetindo umas palavras de amor, em contemplação profunda, com os olhos fixos na Hóstia Santa, sem cansar-se de fitá-lo. Parece-lhe que Jesus penetra pelos seus olhos até o mais profundo dela própria...”10
O normal será, no entanto, que encontremos a Deus na vida diária, sem quaisquer manifestações especiais, mas envolvidos pela íntima certeza de que Ele nos contempla, de que vê as nossas tarefas e nos olha como filhos seus... No meio do nosso trabalho, na família, o Espírito Santo ensina-nos, quando somos fiéis às suas graças, que todas as nossas ocupações são o instrumento normal que Deus põe ao nosso alcance para que possamos amá-lo e servi-lo nesta vida e depois contemplá-lo na eternidade. À medida, pois, que vamos purificando o nosso coração, entendemos melhor a verdadeira realidade do mundo, das pessoas (que olhamos e tratamos como filhos de Deus) e dos conhecimentos, participando da própria visão de Deus sobre as coisas criadas, sempre dentro dos limites da nossa condição de criaturas.
Esta ação amorosa do Espírito Santo sobre a nossa vida só será possível se cuidarmos com esmero das normas de piedade através das quais nos dedicamos especialmente a Deus: a Santa Missa, os momentos de meditação pessoal, a Visita ao Santíssimo... E isto tanto nos dias normais como naqueles em que temos um trabalho que parece ultrapassar a nossa capacidade de levá-lo adiante; quando a devoção é fácil e simples ou quando chega a aridez; nas viagens, no descanso, na doença...
E juntamente com o cuidado em viver com esmero esses momentos mais intensamente dedicados a Deus, não nos deve faltar o empenho por conseguir que o pano de fundo do nosso dia esteja sempre ocupado pelo Senhor. Presença de Deus alimentada com jaculatórias, ações de graças, pedidos de ajuda, atos de amor e desagravo, pequenos sacrifícios que surgem no nosso trabalho ou que procuramos por nossa conta.
“Que a Mãe de Deus e Mãe nossa nos proteja, a fim de que cada um de nós possa servir a Igreja na plenitude da fé, com os dons do Espírito Santo e com a vida contemplativa. Realizando cada um os deveres que lhe são próprios, cada um no seu ofício e profissão, e no cumprimento das obrigações do seu estado, honre gozosamente o Senhor”11.
E juntamente com o cuidado em viver com esmero esses momentos mais intensamente dedicados a Deus, não nos deve faltar o empenho por conseguir que o pano de fundo do nosso dia esteja sempre ocupado pelo Senhor. Presença de Deus alimentada com jaculatórias, ações de graças, pedidos de ajuda, atos de amor e desagravo, pequenos sacrifícios que surgem no nosso trabalho ou que procuramos por nossa conta.
“Que a Mãe de Deus e Mãe nossa nos proteja, a fim de que cada um de nós possa servir a Igreja na plenitude da fé, com os dons do Espírito Santo e com a vida contemplativa. Realizando cada um os deveres que lhe são próprios, cada um no seu ofício e profissão, e no cumprimento das obrigações do seu estado, honre gozosamente o Senhor”11.
(1) Mt 11, 25; (2) L. M. Martinez, El Espíritu Santo, 6ª ed., Studium, Madrid, 1959, pág. 201; (3) Ef 3, 16-19; (4) Prov 8, 11; (5) Sab 7, 8-14; (6) São Tomás, Suma Teológica, 1-2, q. 112, a. 5; (7) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 133; (8) cfr. Rom 8, 28; (9) R. Garrigou-Lagrange, Las tres edades de la vida interior, 4ª ed., Palabra, Madrid, 1983, pág. 82; (10) A. Riaud, La acción del Espíritu Santo en las almas, 4ª ed., Palabra, Madrid, 1983, pág. 82; (11) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 316.
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O DOM DA CIÊNCIA
Por Francisco Fernández-Carvajal, sacerdote
– Faz-nos compreender o que são as coisas criadas, segundo o desígnio de Deus sobre a criação e a elevação à ordem sobrenatural.
– O dom da ciência e a santificação das realidades temporais.
– O verdadeiro valor e sentido deste mundo. Desprendimento e humildade necessários para podermos receber este dom.
Não obstante, muitas vezes, por causa do pecado original e dos pecados pessoais, os homens não sabem interpretar esse rasto de Deus no mundo e não conseguem reconhecer Aquele que é a fonte de todos os bens: Não souberam reconhecer o Artífice pela consideração das suas obras. Seduzidos pela beleza das coisas criadas, tomaram essas coisas por deuses. Aprendam então a saber quanto o seu Senhor prevalece sobre elas – diz a Escritura – porque Ele é o criador da beleza que as fez3.O dom da ciência permite que o homem veja mais facilmente as coisas criadas como sinais que levam a Deus, e que compreenda o que significa a elevação à ordem sobrenatural. Através do mundo da natureza e da graça, o Espírito Santo faz-nos perceber e contemplar a infinita sabedoria de Deus, a sua onipotência e bondade, a sua natureza íntima. “É um dom contemplativo cujo olhar penetra, como o do dom do entendimento e o da sabedoria, no próprio mistério de Deus”4.
Mediante este dom, o cristão percebe e entende com toda a clareza “que a criação inteira, o movimento da terra e dos astros, as ações retas das criaturas e tudo quanto há de positivo no curso da história, tudo, numa palavra, veio de Deus e para Deus se ordena”5. É uma disposição sobrenatural pela qual participa da ciência de Deus, descobre as relações que existem entre todas as coisas criadas e o seu Criador e em que medida e sentido estão a serviço do fim último do homem.
Uma manifestação do dom da ciência é o Cântico dos três jovens, como o lemos no Livro de Daniel, que muitos cristãos recitam na ação de graças depois da Santa Missa. Pede-se a todas as coisas criadas que louvem e dêem glória ao Criador: Benedicite, omnia opera Domini, Domino...: Obras todas do Senhor, bendizei o Senhor; louvai-o e exaltai-o pelos séculos dos séculos. Anjos do Senhor, bendizei o Senhor. Céus... Águas que estais sobre os céus... Sol e lua... Estrelas do céu... Chuva e orvalho... Todos os ventos... Frio e calor... Orvalhos e geadas... Noites e dias... Luz e trevas... Montanhas e colinas... Todas as plantas... Fontes... Mares e rios... Cetáceos e peixes... Aves... Animais selvagens e rebanhos... Sacerdotes do Senhor... Espíritos e almas dos justos... Santos e humildes de coração... Cantai-lhe e dai-lhe graças porque é eterna a sua misericórdia6.
Este cântico admirável de toda a criação, de todos os seres vivos e de todas as coisas inanimadas, é um hino de glória ao Criador. “É uma das mais puras e ardentes expressões do dom da ciência: que os céus e toda a Criação cantem a glória de Deus”7. Em muitas ocasiões, poderá também ajudar-nos a dar graças ao Senhor depois de participarmos na obra que mais glória lhe dá: a Santa Missa.
I. “AS CRIATURAS SÃO como que vestígios da passagem de Deus. Por esses vestígios rastreia-se a sua grandeza, poder e sabedoria, bem como todos os seus atributos”1. São como um espelho em que se reflete o esplendor da sua beleza, da sua bondade, do seu poder: Os céus narram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos2.
II. MEDIANTE O DOM DA CIÊNCIA, o cristão dócil ao Espírito Santo sabe discernir com perfeita clareza o que o conduz a Deus e o que o separa dEle. E isto no ambiente, nas modas, na arte, nas ideologias... Verdadeiramente, esse cristão pode dizer: O Senhor guia o justo por caminhos retos e comunica-lhe a ciência das coisas santas8. O Paráclito previne-nos também quando as coisas boas e retas em si mesmas se podem converter em nocivas porque nos afastam do nosso fim sobrenatural: por um desejo desordenado de posse, por um apego do coração que não o deixa livre para Deus, etc.
O cristão, que deve santificar-se no meio do mundo, tem uma especial necessidade deste dom para encaminhar para Deus as suas atividades temporais, convertendo-as em meio de santidade e apostolado. Mediante esse dom, a mãe de família compreende mais profundamente que a sua tarefa doméstica é caminho que leva a Deus, se a realiza com retidão de intenção e desejos de agradar ao Senhor; assim como o estudante passa a entender que o seu estudo é o meio habitual de que dispõe para amar a Deus, desenvolver a sua ação apostólica e servir a sociedade; e o arquiteto encara da mesma maneira os seus projetos; e a enfermeira, o cuidado dos seus doentes, etc. Compreende-se então por que devemos amar o mundo e as realidades temporais, e como “há algo de santo, divino, escondido nas situações mais comuns, que cabe a cada um de vós descobrir”9.
Deste modo – continuam a ser palavras de Mons. Escrivá –, “quando um cristão desempenha com amor a mais intranscendente das ações diárias, está desempenhando algo donde transborda a transcendência de Deus. Por isso tenho repetido, com insistente martelar, que a vocação cristã consiste em transformar em poesia heróica a prosa de cada dia”10. Esse verso heróico para Deus, nós o compomos com os episódios corriqueiros da tarefa diária, dos problemas e alegrias que encontramos à nossa passagem.
Amamos as coisas da terra, mas passamos a avaliá-las no seu justo valor, no valor que têm para Deus. E assim passamos a dar uma importância capital a esse sermos templos do Espírito Santo, porque “se Deus mora na nossa alma, tudo o resto, por mais importante que pareça, é acidental, transitório. Em contrapartida, nós, em Deus, somos o permanente”11.
Todas as coisas do mundo – deste mundo que amamos e em que nos devemos santificar – aparecem-nos à luz deste dom sob a marca da caducidade, ao mesmo tempo que compreendemos com toda a nitidez o fim sobrenatural do homem e a necessidade de subordinar-lhe todas as realidades terrenas.
Esta visão do mundo, dos acontecimentos e das pessoas a partir da fé pode obscurecer-se e mesmo apagar-se em conseqüência daquilo que São João chama a concupiscência dos olhos12. É como se a mente rejeitasse a luz verdadeira, e já não soubesse orientar para Deus as realidades terrenas, que passam a ser encaradas como fim. O desejo desordenado de bens materiais e a ânsia de uma felicidade procurada nas coisas da terra dificultam ou anulam a ação desse dom. A alma cai então numa espécie de cegueira que a impede de reconhecer e saborear os verdadeiros bens, os que não perecem, e a esperança sobrenatural transforma-se num desejo cada vez maior de bem-estar material, levando a fugir de tudo aquilo que exige mortificação e sacrifício.A visão puramente humana da realidade acaba por desembocar na ignorância das verdades de Deus ou por fazê-las parecer teóricas, sem sentido prático para a vida corrente, sem capacidade para impregnar a existência de todos os dias. Os pecados contra este dom deixam-nos sem luz, e assim se explica essa grande ignorância de Deus de que sofre o mundo. Por vezes, chega-se a uma verdadeira incapacidade de entender ou assimilar aquilo que é sobrenatural, porque os olhos da alma estão completamente obcecados pelos bens parciais e enganosos, e fecham-se aos verdadeiros. Para nos prepararmos para receber este dom, necessitamos de pedir ao Espírito Santo que nos ajude a viver a liberdade e o desprendimento dos bens materiais, bem como a ser mais humildes, para podermos ser ensinados acerca do verdadeiro valor das coisas.
Juntamente com estas disposições, devemos fomentar os atos que nos levam à presença de Deus, de modo a vermos o Senhor no meio dos nossos trabalhos; e fazer o propósito decidido de considerar na oração os acontecimentos que vão determinando a nossa vida e as realidades do dia-a-dia: a família, os colegas de trabalho, aquilo que mais nos preocupa... A oração sempre é um farol poderoso que ilumina a verdadeira realidade das coisas e dos acontecimentos.
III. À LUZ DO DOM DA CIÊNCIA, o cristão reconhece a brevidade da vida humana sobre a terra, a relativa felicidade que este mundo pode dar, comparada com a que Deus prometeu aos que o amam, a inutilidade de tanto esforço se não se realiza de olhos postos em Deus... Ao recordar-se da vida passada, em que talvez Deus não tenha estado em primeiro lugar, a alma sente uma profunda contrição por tanto mal e por tantas ocasiões perdidas, e nasce nela o desejo de recuperar o tempo malbaratado, sendo mais fiel ao Senhor.
Para obtermos este dom, para nos tornarmos capazes de possuí-lo em maior plenitude, recorremos à Virgem, Nossa Senhora. Ela é a Mãe do Amor Formoso, e do temor, e da ciência, e da santa esperança13. “Maria é Mãe da ciência, porque com Ela se aprende a lição que mais interessa: que nada vale a pena se não estivermos junto do Senhor; que de nada servem todas as maravilhas da terra, todas as ambições satisfeitas, se não nos arder no peito a chama de amor vivo, a luz da santa esperança que é uma antecipação do amor interminável na nossa Pátria definitiva”14.
(1) São João da Cruz, Cântico espiritual, 5, 3; (2) Sl 19, 1-2; (3) Sab 13, 1-5; (4) M. M. Philipon, Los dones del Espíritu Santo, pág. 200; (5) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 130; (6) cfr. Dan 3, 52-90; (7) M. M. Philipon, op. cit., pág. 203; (8) Sab 10, 10; (9) São Josemaría Escrivá, Amar o mundo apasionadamente, in Questões atuais do cristianismo, n. 114; (10) ib.; (11) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 92; (12) 1 Jo 2, 16; (13) Eclo 24, 24; (14) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 278.
-------------------------------------------------------------------------------------------Os dons do Espírito Santo
Por Francisco Fernández-Carvajal, sacerdote
VIVEMOS RODEADOS de dons de Deus. Tudo o que temos de bom, as qualidades da alma e do corpo..., são dádivas do Senhor para que sejamos felizes nesta vida e com elas alcancemos o Céu. Mas foi sobretudo no momento do nosso batismo que o nosso Pai-Deus nos cumulou de bens incontáveis. Apagou a mancha do pecado original na nossa alma. Enriqueceu-nos com a graça santificante, pela qual nos fez participantes da sua própria vida divina e nos constituiu seus filhos. Fez-nos membros da sua Igreja.
Juntamente com a graça, Deus adornou a nossa alma com as virtudes sobrenaturais e os dons do Espírito Santo. As virtudes dão-nos o poder, a capacidade de agir sobrenaturalmente, de apreciar o mundo e os acontecimentos a partir de um ponto de vista mais alto, o da fé, e de nos comportarmos como verdadeiros filhos de Deus. Permitem-nos conhecer intimamente a Deus, amá-lo como Ele se ama, e realizar obras meritórias para a vida eterna. Sob a influência destas virtudes, o nosso trabalho, ainda que humanamente pareça de pouca importância, converte-se num tesouro de méritos para o Céu.
As virtudes sobrenaturais dão-nos, pois, a capacidade de agir sobrenaturalmente, assim como, analogamente, as pernas nos permitem caminhar e os olhos nos permitem contemplar o mundo à nossa volta. Mas não basta ter pernas para empreender uma viagem, nem olhos para contemplar um quadro. É necessária a cooperação da nossa liberdade, o nosso querer e o nosso esforço para começarmos a caminhar ou para prestarmos atenção à beleza de um quadro. Os dons do Espírito Santo são um novo presente que Deus faz à alma precisamente para que possa realizar de um modo mais perfeito e como que sem esforço as obras boas através das quais se manifesta o amor a Deus, a santidade1.
Por esses dons, a alma é revestida “de um aumento de forças e aptidão, para mais fácil e prontamente obedecer à voz e ao incitamento do Espírito Divino; possuem além disso tanta eficácia que conduzem o homem ao mais alto grau de santidade, e são tão excelentes que permanecem os mesmos no reino celestial, embora mais perfeitos. Graças a estes carismas, a alma sente-se aliciada e estimulada a empenhar-se em alcançar as bem-aventuranças evangélicas que, quais flores desabrochadas em plena primavera, prenunciam a bem-aventurança eternamente duradoura”2.
Os dons do Espírito Santo vão modelando a nossa vida segundo as maneiras e modos próprios de um filho de Deus, e dão-nos maior delicadeza e sensibilidade para ouvir e pôr em prática as moções e inspirações do Paráclito, que desse modo vai governando com prontidão e facilidade a nossa vida, guiada agora pelo querer de Deus, e não pelos gostos e caprichos pessoais.
Hoje, pedimos ao Espírito Santo que dobre em nós o que é rígido, especialmente a rigidez da soberba; que aqueça em nós o que está frio, a tibieza no relacionamento com Deus; que reconduza o extraviado3, porque são muitos os apegamentos terrenos, o peso dos pecados passados, a fraqueza da vontade, o desconhecimento daquilo que em tantas ocasiões seria mais grato a Deus... Daqui provêm os fracassos e debilidades, os cansaços e derrotas. Por isso, pedimos-lhe na nossa oração que nos arranque da alma “o peso morto, resto de todas as impurezas, que a faz prender-se ao chão [...]; para que suba até à Majestade de Deus, a fundir-se na labareda viva de Amor que é Ele”4.
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Jesus tomou os pães e, tendo dado graças, distribuiu-os
Comentário inspirado no Evangelho: João 6, 1-15
Santo Alberto Magno (c. 1200-1280), dominicano- Livro sobre o sacramento
Senhor, lavados e purificados no mais profundo de nós mesmos, vivificados pelo Teu Espírito Santo, saciados pela Tua Eucaristia, faz com que tenhamos parte na graça que tiveram os santos apóstolos e os discípulos, que receberam o sacramento das Tuas mãos. Desenvolve em nós a solicitude e a diligência para Te seguirmos como membros Teus (1Cor 12,27), para que sejamos dignos de receber de Ti o sentido e a experiência do Teu alimento espiritual. Desenvolve em nós o zelo de Pedro para destruirmos toda a vontade que seja contrária à Tua (Jo 18,10), esse zelo que Pedro concebeu durante a Ceia. [...] Desenvolve em nós a paz interior, a resolução e a alegria que foram saboreadas por São João, quando se inclinou sobre o Teu peito (Jo 13,25); que assim possamos usufruir da Tua sabedoria, que tomemos o gosto da Tua doçura, da Tua bondade. Desenvolve em nós a retidão da fé, uma esperança firme e uma caridade perfeita.
Santo Alberto Magno (c. 1200-1280), dominicano- Livro sobre o sacramento
Senhor, lavados e purificados no mais profundo de nós mesmos, vivificados pelo Teu Espírito Santo, saciados pela Tua Eucaristia, faz com que tenhamos parte na graça que tiveram os santos apóstolos e os discípulos, que receberam o sacramento das Tuas mãos. Desenvolve em nós a solicitude e a diligência para Te seguirmos como membros Teus (1Cor 12,27), para que sejamos dignos de receber de Ti o sentido e a experiência do Teu alimento espiritual. Desenvolve em nós o zelo de Pedro para destruirmos toda a vontade que seja contrária à Tua (Jo 18,10), esse zelo que Pedro concebeu durante a Ceia. [...] Desenvolve em nós a paz interior, a resolução e a alegria que foram saboreadas por São João, quando se inclinou sobre o Teu peito (Jo 13,25); que assim possamos usufruir da Tua sabedoria, que tomemos o gosto da Tua doçura, da Tua bondade. Desenvolve em nós a retidão da fé, uma esperança firme e uma caridade perfeita.
Pela intercessão de todos os santos apóstolos e de todos os Teus bem-aventurados discípulos, faz com que recebamos da Tua mão o sacramento, faz com que evitemos perseverantemente a traição de Judas, e inspira ao nosso espírito o que o Teu Espírito inspirou aos santos que estão já no céu, realizando em si mesmos a perfeição da beatitude. Concede-nos tudo isto, Tu que vives e reinas com o Pai na unidade do mesmo Espírito, desde antes de todo o começo e muito para além dos séculos. Amém.
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Padres Brasileiros invadem o Velho Mundo
12/01/2012
Pessoal, confiram essa publicação na revista ISTOÉ, publicada no final de novembro de 2011 com o Padre Claudio, um grande amigo do nosso ministério:
Padres brasileiros invadem o velho mundo
Jovens sacerdotes são convocados para atuar em paróquias na Europa, onde há escassez de mão de obra religiosa e o catolicismo está mergulhado em profunda crise
Rodrigo CardosoESCASSEZ
Padre Cláudio foi para a Espanha fazer um doutorado,
mas se tornou pároco de uma igreja de Madri
Uma igreja sem padre, uma fé sem igreja. Entre os europeus esse cenário é mais do que possível. A descristianização da Europa, que outrora foi responsável por levar o Evangelho à América Latina, atingiu um grau tão elevado que há uma corrente de teólogos que acredita que o catolicismo esteja dando adeus ao Velho Continente. Na Holanda, por exemplo, a diocese de Den Bosch, no sul do país, estuda deixar na ativa apenas um quinto das atuais 250 paróquias. O destino da maioria delas poderá ser a transformação em museus e livrarias, o funcionamento esporádico com missa apenas uma vez por semana ou a demolição. “Não há padres, fiéis ou dinheiro suficientes para mantê-las”, diz o frei Jan Bolten, um holandês que, por mais de 40 anos, foi missionário no Brasil e que há três foi escalado para retornar para a sua terra natal. “Os bispos daqui estão buscando padres no Exterior.” Um dos países que têm exportado seus sacerdotes para o Velho Mundo é o Brasil, que outrora mandava seus jovens vocacionados para a África e Ásia.
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RETIRO DE JOVENS
22/12/2011
Olá galera!
Mais uma vez volto aqui, mas dessa vez para compartilhar uma experiência muito boa que tivemos nesse final de semana. Muitas pessoas sabem o que é e até já participaram de um retiro espiritual, mas para que fique bem definido o que é e o que se passa em um retiro, eu vou tentar passar para vocês como essa experiência pode ser boa.
Para começar, a palavra "retiro" significa um período de recolhimento e meditação a que se dedicam religiosos ou leigos, ou seja um período onde nos desligamos das nossas preocupações habituais e dedicamos nosso tempo a uma conversa mais profunda com Deus.
O retiro que participamos foi o retiro do Crisma de Jovens da Paróquia São Francisco de Assis dos Pequeninos, localizada no Cohab José de Anchieta em São Paulo. A nossa participação como músicos foi, principalmente, na animação dos jovens que, por sua vez, se mostraram bastante animados com as músicas que tocamos. Em Neemias, descobrimos que "A alegria do Senhor é nossa Força" (Ne 8:10) e éssa força que fez com que os jovens louvassem tanto ao senhor nesse retiro.
É uma alegria muito grande poder se encontrar em Deus, essa experiência fez com que pudéssemos refletir a nossa convivência com os demais membros do nosso ministério, unindo-nos cada vez mais.
Nos períodos de palestras, descobrimos a importância do “amar” e conseguimos entender um pouco como funciona o amor de Deus para conosco.
Um retiro só tem sentido, quando, ao retornarmos ao nosso lar, conseguimos valorizar aquilo que temos em casa, além daquele compromisso que é dar o próximo passo na caminhada com Jesus Cristo.
Fazer a experiência de amar começa conosco, por isso eu te convido, sempre que houver uma oportunidade de retiro, faça essa experiência, vocês não vão se arrepender!
Deus abençoe a todos!
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Artista Principal ou coadjuvante?
Uma reflexão sobre a identidade do músico católico
O que é ser artista principal ou coadjuvante? no dicionário o real significado dessas palavras é:
- Principal significa ser o primeiro, o mais considerado, o mais importante, fundamental, essencial.
- Coadjuvante vem do verbo coadjuvar, que significa ajudar a outrem, trabalhar com, colaborar no intuito comum.
Quando nos colocamos ao serviço da evangelização, devemos sempre nos lembrar que o artista principal deve ser Deus. Ele deve ser O primeiro, O mais importante, O essencial, nós devemos ser apenas coadjuvantes, instrumentos de evangelização, devemos pensar sobre a responsabilidade que temos aos assumirmos nossa verdadeira missão, a qual fomos chamados, se estivermos preocupados com as glórias, fama, reconhecimentos ou dinheiro, com certeza estaremos no caminho errado. Vejam o que o Papa João Paulo II nos fala sobre isso na Carta aos Artistas: “A vocação diferente de cada artista, ao mesmo tempo que determina o âmbito do seu serviço, indica também as tarefas que deve assumir, o trabalho duro a que tem de sujeitar-se, a responsabilidade que deve enfrentar. Um artista, consciente de tudo isto, sabe também que deve atuar sem deixar-se dominar pela busca duma glória efêmera ou pela ânsia de uma popularidade fácil, e menos ainda pelo cálculo do possível ganho pessoal. Há, portanto, uma ética ou melhor uma «espiritualidade» do serviço artístico, que a seu modo contribui para a vida e o renascimento do povo. A isto mesmo parece querer aludir Cyprian Norwid, quando afirma: «A beleza é para dar entusiasmo ao trabalho, o trabalho para ressurgir. »”
No II Encontro Nacional da Equipes de Nossa Senhora, realizado em Florianópolis (SC), o secretário geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa disse em uma palestra uma coisa que me marcou muito, “Grandes atores e atrizes fazem o público rir e chorar com muita facilidade, e isso não quer dizer que eles acreditem piamente naquilo que estão interpretando”.
Devemos ter o cuidado de não nos tornarmos apenas artistas, que fazem as pessoas se emocionarem, mas em nosso íntimo, não acreditarmos e vivermos aquilo que proporcionamos aos outros, vale lembrar aquilo que Jesus nos diz no evangelho de (Mateus 7, 22-23) “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!”
Recomendo a todos os artistas que leiam a carta que o Papa João Paulo II nos escreveu, tenho a certeza que vai acrescentar muito em suas vidas. Para quem deseja realmente ser um artista coadjuvante, deixando o papel principal para Deus, busque sempre o fortalecimento espiritual nos sacramentos, em especial, na Eucaristia, na constante oração, sempre que possível, com os joelhos no chão, reconhecendo a nossa miséria diante do nosso Criador.
Leia na íntegra a Carta do Papa João Paulo II aos artistas (1999)
Texto de Rogério Aquino é cantor, compositor e vocalista da banda Ecclesis
------------------------------------------------------------------------------------------------------ Principal significa ser o primeiro, o mais considerado, o mais importante, fundamental, essencial.
- Coadjuvante vem do verbo coadjuvar, que significa ajudar a outrem, trabalhar com, colaborar no intuito comum.
Quando nos colocamos ao serviço da evangelização, devemos sempre nos lembrar que o artista principal deve ser Deus. Ele deve ser O primeiro, O mais importante, O essencial, nós devemos ser apenas coadjuvantes, instrumentos de evangelização, devemos pensar sobre a responsabilidade que temos aos assumirmos nossa verdadeira missão, a qual fomos chamados, se estivermos preocupados com as glórias, fama, reconhecimentos ou dinheiro, com certeza estaremos no caminho errado. Vejam o que o Papa João Paulo II nos fala sobre isso na Carta aos Artistas: “A vocação diferente de cada artista, ao mesmo tempo que determina o âmbito do seu serviço, indica também as tarefas que deve assumir, o trabalho duro a que tem de sujeitar-se, a responsabilidade que deve enfrentar. Um artista, consciente de tudo isto, sabe também que deve atuar sem deixar-se dominar pela busca duma glória efêmera ou pela ânsia de uma popularidade fácil, e menos ainda pelo cálculo do possível ganho pessoal. Há, portanto, uma ética ou melhor uma «espiritualidade» do serviço artístico, que a seu modo contribui para a vida e o renascimento do povo. A isto mesmo parece querer aludir Cyprian Norwid, quando afirma: «A beleza é para dar entusiasmo ao trabalho, o trabalho para ressurgir. »”
No II Encontro Nacional da Equipes de Nossa Senhora, realizado em Florianópolis (SC), o secretário geral da CNBB, Dom Dimas Lara Barbosa disse em uma palestra uma coisa que me marcou muito, “Grandes atores e atrizes fazem o público rir e chorar com muita facilidade, e isso não quer dizer que eles acreditem piamente naquilo que estão interpretando”.
Devemos ter o cuidado de não nos tornarmos apenas artistas, que fazem as pessoas se emocionarem, mas em nosso íntimo, não acreditarmos e vivermos aquilo que proporcionamos aos outros, vale lembrar aquilo que Jesus nos diz no evangelho de (Mateus 7, 22-23) “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não pregamos nós em vosso nome, e não foi em vosso nome que expulsamos os demônios e fizemos muitos milagres? E, no entanto, eu lhes direi: Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!”
Recomendo a todos os artistas que leiam a carta que o Papa João Paulo II nos escreveu, tenho a certeza que vai acrescentar muito em suas vidas. Para quem deseja realmente ser um artista coadjuvante, deixando o papel principal para Deus, busque sempre o fortalecimento espiritual nos sacramentos, em especial, na Eucaristia, na constante oração, sempre que possível, com os joelhos no chão, reconhecendo a nossa miséria diante do nosso Criador.
Leia na íntegra a Carta do Papa João Paulo II aos artistas (1999)
Texto de Rogério Aquino é cantor, compositor e vocalista da banda Ecclesis
O ponto fraco do músico
"São muitos os nossos pontos fracos. Primeiro, porque, antes de sermos músicos, somos pessoas; e todos os pontos fracos de uma pessoa estão contidos também em um artista que é músico.
É importante que estejamos atentos a isso, porque o fato de realizarmos a missão de músicos no seio da Igreja, não nos faz melhores nem imunes às tentações e dificuldades que as pessoas geralmente têm. Então, o ponto fraco do músico é o pecado que nos ronda o tempo todo, de modo especial, por causa da sensibilidade de artistas que temos.
A nossa fraqueza é ainda mais latente, porque nos envolve uma realidade e uma sensibilidade antes de um show, de uma apresentação ou depois de cantar na Santa Missa. Estamos propensos por causa da fraqueza do nosso coração. Então, cuidado! Esteja zeloso, atento e, principalmente, viva reconciliado, porque é inevitável que nós pequemos; mas, por outro lado, nós temos um Advogado, um Deus que é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça.
Cada vez mais, estou convencido de que a grande graça para nós é a de não pecar. Mas, se pecarmos, precisamos nos reconciliar imediatamente com Deus e com os irmãos, para que o canal de comunicação, de evangelização, que é composto por cada um de nós, não seja obstruído pelas consequências do nosso pecado."
"São muitos os nossos pontos fracos. Primeiro, porque, antes de sermos músicos, somos pessoas; e todos os pontos fracos de uma pessoa estão contidos também em um artista que é músico.
É importante que estejamos atentos a isso, porque o fato de realizarmos a missão de músicos no seio da Igreja, não nos faz melhores nem imunes às tentações e dificuldades que as pessoas geralmente têm. Então, o ponto fraco do músico é o pecado que nos ronda o tempo todo, de modo especial, por causa da sensibilidade de artistas que temos.
A nossa fraqueza é ainda mais latente, porque nos envolve uma realidade e uma sensibilidade antes de um show, de uma apresentação ou depois de cantar na Santa Missa. Estamos propensos por causa da fraqueza do nosso coração. Então, cuidado! Esteja zeloso, atento e, principalmente, viva reconciliado, porque é inevitável que nós pequemos; mas, por outro lado, nós temos um Advogado, um Deus que é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça.
Cada vez mais, estou convencido de que a grande graça para nós é a de não pecar. Mas, se pecarmos, precisamos nos reconciliar imediatamente com Deus e com os irmãos, para que o canal de comunicação, de evangelização, que é composto por cada um de nós, não seja obstruído pelas consequências do nosso pecado."
Eugênio Jorge
Missão Mensagem Brasil
eugeniojorge@mensagembrasil.com.br
Missão Mensagem Brasil
eugeniojorge@mensagembrasil.com.br
ORAÇÃO A NOSSA SENHORA DA LIVRAÇÃO
Ó Virgem Maria! Senhora da Livração. Livrai os vossos filhos de todos os perigos que ameaçam as nossas famílias, a nossa sociedade e a nossa Igreja. Fazei que nos amemos uns aos outros no amor que vós tendes para conosco. Daí-nos força e coragem para construirmos um mundo de paz, aquela paz que nos foi trazida por vosso Divino Filho. Fazei-nos dóceis e disponíveis a vontade do Pai, a fim de sermos instrumentos utei na transformação do mundo.
Sede intercessora nossa junto ao vosso Filho Jesus, para alcançarmos do Pai a graça de construirmos a sobre a rocha firme e inabalável contra a qual ninguém poderá vencer.
Daí-nos a graça de sermos fraternos entre irmãos, filiais pra conosco, para que consigamos construir aqui na terra, a morada no céu. Isto vos pedimos.
Ó mãe da Livração, por meio de Jesus Cristo vosso Filho na unidade do Espírito Santo. Amém!
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Olá amigos,
Venho convidar a todos para uma pequena leitura e reflexão da Bíblia aqui no nosso Blog.
Espero que todos gostem da passagem que será comentada, pois ela é muito importante
para se entender a vida de quem serve a Deus. Será uma experiência bacanda, vale muito
a pena, acredite!
A leitura é Eclesiástico 2, 1-6.
“1. Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação;
2. humilha teu coração, espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as palavras de sabedoria; não te perturbes no tempo da infelicidade,
3. sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça.
4. Aceita tudo o que te acontecer. Na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência.
5. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação.
6. Põe tua confiança em Deus e ele te salvará; orienta bem o teu caminho e espera nele. Conserva o temor dele até na velhice.”
Para o Músico Cristão que se coloca a serviço do Altíssimo, essas palavras são apenas o relato daquilo que vivenciamos no dia-a-dia. Mais uma vez a Palavra de Deus traz o caminho para se livrar do senso comum. A importância da luta e o modo como se deve reagir às provações são colocados no livro do Eclesiástico de forma com que podemos perceber a importância do saber ouvir e do ser paciente.
Claro que a leitura reflete a vida daquele que serve a Deus, mas é uma palavra que serve muito bem ao músico cristão, que não passa alguém a serviço de Deus. Qual músico nunca passou por provações externas e internas no próprio grupo ou comunidade? A firmeza e a paciência não são dons quaisquer, mas devem ser trabalhados com sabedoria para que se tornem aliados daqueles que procuram o Senhor.
Se somos capacitados à evangelização através do nosso batismo, o que estamos esperando?
Temos por dever fazer o bem e levar a palavra a quem não conhece. Somos enviados do Senhor e lutamos contra as forças malignas desse mundo. É a música a nossa arma nesse combate e a palavra deve ser nosso alimento de força.
Ao invocarmos o Espírito Santo através da oração, nos tornamos mais fortes e provamos do amor de Deus. Esse amor é colocado a nós para que possamos distribuí-lo de forma abundante a todos os que necessitam. Com isso, selamos um compromisso com Deus à partir da nossa própria vontade. Não é difícil, se tentarmos com o coração.
Para concluir, falemos da humilhação. Humilhar-se nem sempre é fácil, principalmente quando nos convencemos que somos melhores que alguém. Não é confortável se ver abaixo de alguém, mas muitas vezes faz-se necessário. Ser humilde, não é ser tolo e sim ser sábio. Pois o melhor e o maior entre todos os humanos, o mais sábio e mais conhecido profeta foi o que mais se humilhou. Que possamos aprender um pouco mais cada vez que abrimos a Palavra de Deus e que possamos buscar a sabedoria através dessa Palavra para continuarmos firmes nessa caminhada que apesar de às vezes se tornar dura, com certeza é muito boa para ser abandonada.
Servir a Deus não é um fardo leve, mas com certeza vale a pena. Não busqueis recompensas na terra e com certeza serás recompensado no céu.
Espero que tenham gostado, comentem à vontade a publicação e levem essa palavra a todos
que você conhece. Compartilhar o conhecimento também é uma forma humilde de evangelizar.
Abraços amigos!
Rafael Colen, Batera.
Oração é um dom da graça e uma resposta decidida de nossa parte. Supõe sempre um esforço. Os grandes orantes da Antiga Aliança antes de Cristo, como também a Mãe de Deus e os santos com Ele, nos ensinam: a oração é um combate. Contra quem? Contra nós mesmos e contra os embustes do Tentador, que tudo faz para desviar o homem da oração, da união com seu Deus. Reza-se como se vive, porque se vive como se reza. Se não quisermos habitualmente agir segundo o Espírito de Cristo, também não poderemos habitualmente rezar em seu Nome.