terça-feira, 1 de julho de 2014

Sínodo sobre a família: apresentado o documento básico

Em “L’Osservatore Romano” de 26.06.2014, edição romana, foi publicado um artigo sobre o Documento Básico (“Instrumentum Laboris”) preparatório para O Sínodo sobre a Família, convocado pelo Papa Francisco, a começar em Roma, no próximo 19 de outubro. O documento procurou recolher a grande massa de respostas às 32 perguntas feitas pelo Santo Padre a todo povo católico. Assim, além das respostas dos Bispos, houve até um número importante de paróquias que fizeram também fizeram questão de cooperar.

A primeira parte do texto trata da vontade de Deus sobre a família, segundo a Revelação (Bíblia e Tradição). Dois pontos se destacam: 1º. reconhecimento da dificuldade de se compreender o conceito de “Lei natural” e como abordar este ponto, fundamental para o diálogo com nosso tempo, que vai requerer melhor formação dos agentes pastorais e evangelizadores; 2º. a vocação da pessoa humana em Cristo.

A segunda parte, considera situações desafiadoras postas pelo pluralismo cultural e secularismo atuais. Por exemplo: as uniões de fato, também entre pessoas do mesmo sexo os separados, os recasados, mães solteiras, os que pedem o matrimônio não sendo praticantes, ou, sequer, crentes, os filhos gerados no seio destas uniões. Fica bastante claro que a atitude pastoral será a de propor, não impor. Contudo, não parece que haja as mudanças que “o mundo” e muitos católicos esperam: que se queime o que se ensinava e se ensine o que se queimava: “Trata-se portanto de «propor, não de impor; acompanhar e não constranger; convidar, não expulsar; inquietar, nunca desiludir”.

“A terceira parte apresenta antes de tudo as temáticas relativas à abertura à vida, como o conhecimento e as dificuldades na recepção do magistério, as sugestões pastorais, a praxe sacramental e a promoção de uma mentalidade acolhedora”.

Enfim, o documento trata das dificuldades na sociedade, em geral, e no seio da própria Igreja, em especial, a respeito da posição assumida pelo Magistério desde Paulo VI, com referência à paternidade e maternidade responsáveis (“Humanae Vitae”), ao tema das afeições, à geração da vida… Também a dificuldade que encontram as famílias católicas em transmitirem a Fé aos filhos, sobretudo em situações de crise e ruptura.

“Agora o documento será objeto de estudo e de avaliação por parte das conferências episcopais e confrontado com as diversas realidades locais a fim de evidenciar os pontos focais sobre os quais adiantar propostas pastorais a serem debatidas e aprofundadas durante os trabalhos da assembleia extraordinária e, depois, na ordinária que terá lugar de 4 a 25 de Outubro de 2015, cujo tema será «Jesus Cristo revela o mistério e a vocação da família”.

Fonte: http://caminhandocomele.com.br