terça-feira, 1 de outubro de 2013

Taxa de mortalidade infantil no Brasil cai 77% em 20 anos

Na divulgação do relatório pelo UNICEF em Nova Iorque, o Brasil é apresentado como um dos países que têm conseguido reduzir de forma significativa a taxa de mortalidade na infância por meio de estratégias efetivas.
O Brasil conseguiu atingir o ODM 4 (Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 4 - diminuir em dois terços a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos até 2015) em 2012, três anos antes do prazo estabelecido. A taxa de mortalidade de menores de 5 anos no país caiu 77% entre 1990 e 2012 graças a uma combinação de estratégias: a criação de um Sistema Único de Saúde com foco na atenção primária de saúde, melhoria no atendimento materno e ao recém-nascido e esforços para prestar assistência à saúde no nível comunitário, melhoria das condições sanitárias, aumento do conhecimento das mães, promoção do aleitamento materno, expansão da imunização e criação de iniciativas de proteção social como o programa de transferência de renda Bolsa Família.
Para os países como o Brasil, cuja taxa da mortalidade na infância está abaixo de 20/1000, o desafio agora é reduzir essa taxa nas populações mais vulneráveis.
Outro exemplo é Bangladesh, cuja taxa de mortalidade de menores de 5 anos caiu 72% entre 1990 e 2012, principalmente graças ao aumento da imunização infantil, ao uso da terapia de reidratação oral no tratamento da diarreia e à complementação de vitamina A. A expansão da rede de agentes comunitários de saúde também melhorou a qualidade do atendimento à saúde e aumentou o uso das unidades de saúde. Aumento do poder das mulheres, educação das mães, melhora da saúde materna e implementação de estratégias para reduzir a pobreza também contribuíram para reduzir as mortes na infância.
A Etiópia, um copatrocinador do "Call to Action" (Chamada à Ação), também registrou grande progresso na redução da taxa de mortalidade de menores de 5 anos: uma notável redução de 67% desde 1990. O programa de expansão da saúde implementado na Etiópia é um exemplo da fundamental importância dos agentes comunitários de saúde para a assistência de qualidade às crianças e mães em áreas remotas. O programa, lançado em 2004, atualmente emprega 38 mil funcionárias da área de saúde pagas pelo governo. O UNICEF apoia o programa por meio da provisão de suprimentos tais como equipamento para armazenagem de vacina, camas e medicamentos para parto e apoio à capacitação de agentes de saúde. O programa também oferece tratamento para desnutrição aguda severa, diarreia, malária e pneumonia.
A má notícia é que se a atual situação no mundo permanecer e investimentos não forem realizados, essa redução da taxa de mortalidade nas populações mais vulneráveis, de países como o Brasil, não será reduzida e cerca de 35 milhões de crianças menores de 5 anos podem morrer.
Fonte: www.unicef.org