Na divulgação do relatório pelo UNICEF em Nova Iorque, o Brasil é
apresentado como um dos países que têm conseguido reduzir de forma
significativa a taxa de mortalidade na infância por meio de estratégias
efetivas.
O Brasil conseguiu atingir o ODM 4 (Objetivo de Desenvolvimento do Milênio 4 - diminuir em dois terços a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos até 2015) em 2012, três anos antes do prazo
estabelecido. A taxa de mortalidade de menores de 5 anos no país caiu
77% entre 1990 e 2012 graças a uma combinação de estratégias: a criação
de um Sistema Único de Saúde com foco na atenção primária de saúde,
melhoria no atendimento materno e ao recém-nascido e esforços para
prestar assistência à saúde no nível comunitário, melhoria das condições
sanitárias, aumento do conhecimento das mães, promoção do aleitamento
materno, expansão da imunização e criação de iniciativas de proteção
social como o programa de transferência de renda Bolsa Família.
Para os países como o Brasil, cuja taxa da mortalidade na infância
está abaixo de 20/1000, o desafio agora é reduzir essa taxa nas
populações mais vulneráveis.
Outro exemplo é Bangladesh, cuja taxa de mortalidade de menores de 5
anos caiu 72% entre 1990 e 2012, principalmente graças ao aumento da
imunização infantil, ao uso da terapia de reidratação oral no tratamento
da diarreia e à complementação de vitamina A. A expansão da rede de
agentes comunitários de saúde também melhorou a qualidade do atendimento
à saúde e aumentou o uso das unidades de saúde. Aumento do poder das
mulheres, educação das mães, melhora da saúde materna e implementação de
estratégias para reduzir a pobreza também contribuíram para reduzir as
mortes na infância.
A Etiópia, um copatrocinador do "Call to Action" (Chamada à Ação),
também registrou grande progresso na redução da taxa de mortalidade de
menores de 5 anos: uma notável redução de 67% desde 1990. O programa de
expansão da saúde implementado na Etiópia é um exemplo da fundamental
importância dos agentes comunitários de saúde para a assistência de
qualidade às crianças e mães em áreas remotas. O programa, lançado em
2004, atualmente emprega 38 mil funcionárias da área de saúde pagas pelo
governo. O UNICEF apoia o programa por meio da provisão de suprimentos
tais como equipamento para armazenagem de vacina, camas e medicamentos
para parto e apoio à capacitação de agentes de saúde. O programa também
oferece tratamento para desnutrição aguda severa, diarreia, malária e
pneumonia.
A má notícia é que se a atual situação no mundo permanecer e investimentos não forem realizados, essa redução da taxa de mortalidade nas populações mais vulneráveis, de países como o Brasil, não será reduzida e cerca de 35 milhões de crianças menores de 5 anos podem morrer.
Fonte: www.unicef.org