Mas o Pe. Luis não é um novato nesta prática. Ele já realizou diversos exorcismos e colaborou para a cura e libertação de dezenas de pessoas que padeciam de alguma ação do demônio.
Nesta entrevista concedida ao jornal Portaluz, o sacerdote compartilha sua experiência, toda a fonte de graça e os desafios que este ministério envolve.
Qual é o significado desta nomeação?
Quem cura e liberta é Cristo, e a ação da Igreja manifesta esta misericórdia salvífica de Deus, que doa e devolve ao homem sua dignidade de filho de Deus.
A encarnação, vida, paixão, morte e ressurreição do nosso Senhor Jesus Cristo estabeleceram para sempre a derrota do demônio, e este meu novo ministério está chamado a dar testemunho disso.
Mas esta nomeação também mostra uma situação que está afetando muitas pessoas: as famílias estão padecendo a ação extraordinária do demônio em suas vidas e, na ausência de sacerdotes formados e disponíveis para este ministério, buscam soluções por caminhos inescrupulosos: magos, feiticeiros, adivinhos, bruxos e afins – que não apenas tiram seu dinheiro, como potenciam o mal espiritual que as afeta.
Além da ação extraordinária do demônio, de que outras maneiras ele pode se manifestar?
A primeira ação é a falta de fé. Uma sociedade seduzida pela ideologia do gênero e outros fatores, que rejeita valores cristãos como a vida, o casamento, a família, os filhos. Uma educação cada vez mais laica, relativista, na qual se promove uma moral particular que convida cada um a fazer o que quiser. O aumento da violência nas famílias, nas ruas, nas nossas cidades.
As enormes desigualdades geradas por um modelo econômico que não visa ao bem comum, com seus falsos profetas, que aparecem anunciando uma melhoria substancial na vida dos cidadãos quando eles mesmos sabem que não o farão nem podem fazê-lo a partir de uma ideologia que não valoriza aspectos essenciais como a vida.
Por quanto tempo o senhor esteve realizando exorcismos e orações de libertação antes de ser formalmente nomeado?
Cerca de 8 ou 9 anos. Foi um processo, porque no começo chegaram à minha paróquia as missas de cura e libertação. Depois, começaram a apresentar-se fenômenos e pessoas com padecimentos que eu não conhecia e para os quais a ciência era obtusa, ao não reconhecer seus limites, deixando as pessoas sem solução ou, pior ainda, expostas aos sequazes do demônio, como espíritas, bruxos e outros que mencionei.
Isso me levou a orar, pedir o auxílio da Santíssima Virgem, para compreender, pesquisar, ler, participar de congressos fora do país, porque no Chile não havia formação para saber agir nestes casos.
E o bispo sempre esteve informado sobre a situação. Então, começamos realizando ações de libertação (informando precisamente o bispo), e depois ele autorizou a realizar exorcismos ad casum.
Se o senhor já fazia exorcismos antes, para que serve esta nomeação oficial?
Porque o Ritual (do exorcismo), para ser aplicado, em cada caso requer ter a autorização do bispo quando não se conta com esta nomeação oficial.
Esta nomeação busca facilitar o serviço pastoral, que exige discernimento, entrevistas, diagnósticos, antes de aplicar o rito de um exorcismo solene.
Em particular, porque não é uma atividade que o padre exerce como uma questão independente, mas para oferecer os meios através dos quais se manifesta a misericórdia e graça de Deus, o que constitui a atividade própria da Igreja.
Isso implica também um cuidado com a obediência, bem como manter o bispo sempre informado. O sacerdote que tem este mandato do seu bispo deve sempre ser obediente e também ter consciência dos seus próprios pecados, confessando-se regularmente, porque o diabo não nos deixará tranquilos em nenhum momento, isso eu garanto.
(Entrevista completa publicada por Portaluz)
Fonte: www.aleteia.org